Parte das eleições de 2010 foi decidida no último dia três de outubro. Quem queria ou precisava trocar de partido ou fazer a filiação para disputar as eleições do próximo ano já cumpriu essa parte. Assim, agora, já é possível fazer uma previsão da disputa.
O quadro não é definitivo, pois, até as convenções de junho de 2010 tudo pode mudar. Partidos até então compostos numa aliança podem dançar as cadeiras. O jogo da disputa nacional soma-se aos interesses locais como fator decisivo para esses ajustes.
Na ínicio, Arruda leva muita vantagem. Tem o DEM, PSDB, PPS,o PMDB local,PR,PSL, PTC, PP, PTN, PRP e PHS e ainda podem entrar mais partidos . Com esses partidos pode ter até 548 candidatos, uma média de 20 candidatos por Região Administrativa. Para a Câmara dos Deputados deve fazer uma coligação entre esses partidos com 24 candidatos. A prioridade da maioria das legendas que atraiu é a disputa para a Câmara Legislativa do DF.
O ex-governador Joaquim Roriz deixou o PMDB e foi para para o nanico PSC. No geral trouxe outros nanicos o PMN, PTdoB e o PRB. Pode ter até 192 candidatos a distritais, uma média de sete candidatos por Região Administrativa.Roriz chegou a listar mais de 300 nomes para a disputa da Câmara Legislativa, mas, esbarrou com o pequeno número de legendas que acolheu.É verdade que ele enfraqueceu,pois a saiu do PMDB e teve que excluir muitas lideranças locais.Ests serão cabos eleitorais com menores potenciais. Mesmo assim, o ex-governador conta com a garra e a fidelidade de seus seguidores e é o único com chances reais de derrotar Arruda.
O PT ficou isolado. Envolvido numa disputa interna sem fim, o Partido perdeu uma grande oportunidade de se fortalecer e turbinar as chapas dos aliados. A legenda não deve completar a chapa de federais nem a de distritais. Muitos nomes, com votação entre dois mil e sete mil votos, desistiram da disputa para distrital em função do afunilamento na parte com nomes muito fortes.
Nessa equação, o PT deve fazer três distritais e, se tiver sorte, chega a quarta vaga. Por enquanto, o PT marcha sozinho em seus conflitos internos. Quando distribuir os espaços entre as correntes internas deve procurar os aliados para oferecer as sobras. Outra hipótese seria a composição com Roriz,mas isso é o sonho de consumo de muita gente daqui e do Palácio do Planalto e provalvelmente não irá acontecer.Já que Roriz e PT em Brasília são como água e óleo não se misturam.
O distrital Antônio Reguffe leva sua candidatura ao GDF aos trancos e barrancos. No PDT as hipóteses são variadas. Além da opção Reguffe, o partido pode se aliar a Arruda, Roriz ou PT. A atual indefinição arrasta o partido para uma protelação das ações, o que prejudica Reguffe, Cristovam e aos candidatos a distritais e federais. A palavra final deve vir do ministro Carlos Luppi, que deve decidir como a legenda vai atuar no DF.
O senador Gim Argelo fica no PTB e diz que tem duas legendas do seu lado,mas quais ?. Não diz quem é nem quem são seus candidatos. Joga com a disputa solteira para tentar se garantir no segundo turno. Mas,se houver uma proposta vantajosa que atenda seus objetivos, pode se somar a qualquer dos nomes na disputa.A única coisa que Gim tem certeza é que estará no palanque de Dilma Roussef. É daí que vem a vitamina que alimenta toda sua energia.
O PCdoB fez um feito histórico. Pela primeira vez no DF conseguiu sair sozinho nas eleições distritais. Deve ter ainda dois ou três nomes para deputado federal. Com esse cacife que lhe dá autonomia para cumprir seu projeto, que é eleger no mínimo um(a) distrital, o Partido pode fazer aliança com os partidos da base de Lula ou lançar nomes para o governo e o senado. A direção local analisa todas as hipóteses. Mas,só aliança se houver reciprocidade por parte dos aliados.
Pode se dizer que é cedo para uma resposta mais definitiva. Mas, a atual situação é esta:
Arruda mais forte do que nunca,com muita musculatura.
Roriz com muita força pessoal,mas enfraquecido,comcom poucas,pequenas e quase inexistentes legendas e um número pequeno de aliados.
O PT continuando com seus eternos dilemas internos.
Gim envolto em seus misteriosos aliados e os comunistas animados e esperançosos com seu feito histórico.
Quem ainda não revelou seus planos é o PSB. Este pode se aliar em qualquer canto, o problema talvez seja Ciro Gomes, que se disputar as eleições presidenciais, o PSB local pode ir de Roriz,ou não, de quem espera o apoio a Ciro.
O PDT está com dois presentes de grego na mão, Cristovam e Reguffe. Não sabe o que fazer com Cristovam.Aonde está a aliança para reeleger o senador? Cristovam está bem nas pesquisas, mas se não arranjar uma aliança para se abrigar pode ver seus sonhos esvair-se. Reguffe fica ali como um pokerface a ser usado para ajeitar a reeleição de Cristovam.
O problema é que o tempo corre e se Reguffe não definir logo o que vai fazer da vida, pode jogar fora a eleição de deputado federal e voltar à disputa para distrital.
Ou seja, temos muito material político para análise. Um prato cheio para os sociólogos e os terapeutas.
A situação será resolvida em Junho de 2010... As cartas estão na mesa e os dados vão rolar.
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