terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Luta Olímpica será excluída do Programa dos Jogos Olimpíícos de Verão de 2020

A decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de retirar a luta olímpica da lista dos 25 esportes essenciais para os Jogos de 2020 não caiu bem entre os dirigentes da Federação Internacional de Lutas Associadas (FILA).


Em comunicado oficial, a entidade classificou como uma "aberração" a decisão da comissão executiva do COI de tirar a modalidade do grupo de esportes com presença garantida na Olimpíada de 2020, destacando que a luta foi um dos esportes fundadores dos Jogos.


Com a recomendação do COI, a luta terá agora que disputar uma única vaga na Olimpíada de 2020 com beisebol, softbol, karatê, squash, patinação, escalada, wakeboard e wushu (arte marcial de origem chinesa).

A decisão final sobre qual modalidade entrará no programa olímpico para 2020 sai em setembro, na assembleia geral do COI em Buenos Aires (ARG).


Confira abaixo o comunicado da Fila na íntegra


A Federação Internacional de Lutas Associadas (Fila) ficou bastante espantada com a recomendação de hoje da comissão executiva do Comitê Olímpico Internacional (COI) de não manter a luta livre entre os 25 esportes essenciais dos Jogos Olímpicos de 2020. A Fila irá tomar todas as medidas necessárias para convencer os membros da comissão executiva e demais integrantes do COI da aberração dessa decisão contra um dos esportes fundadores dos Jogos Olímpicos antigos e modernos. A Fila sempre cumpriu os regulamentos do COI e é representada em 180 países, sendo o wrestling o esporte nacional em uma boa quantidade deles e a única possibilidade para os atletas para representar seu país na Olimpíada, contribuindo assim para a sua universalidade.

Os secretários da Fila vão se reunir em Phuket (THA) nos dias 16 e 17 de fevereiro para discutir essa questão, tendo em vista a apresentação da modalidade perante a comissão executiva do COI em maio, em São Petersburgo (RUS).

A notícia é  péssima para o esporte brasileiro, já que, em janeiro, foi inaugurado um centro de treinamento internacional, no Rio de Janeiro, com equipamentos cedidos pela Federação Internacional de Lutas Associadas. A luta olímpica, representada por Joice Silva nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, investiu pesado sonhando com a primeira medalha.

A indignação do presidente da CBLA Pedro Gama Filho, através do twitter, é totalmente compreensível: "Saindo de casa, triste e muito decepcionado, sempre sonhei em ver brasileiros no pódio olímpico, sendo fruto do nosso trabalho". Pedro ainda completou com: "Espero sinceramente que o COI reconsidere esta opção. Um esporte fundador das Olimpíadas desde a antiguidade não pode ficar de fora dos Jogos", e "VERGONHA do movimento olímpico...onde estão os ideais? Será que estes ainda valem de alguma coisa? Algo muito sujo por trás disso tudo".

Eu lamento muito que uma modalidade que distribuiu 72 medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres corra o risco de ficar fora da Olimpíada de 2020. A gente sempre reclama da falta de investimento no esporte, e, justo agora, que a luta olímpica brasileira foi lembrada e ganhou apoio e um CT internacional, é revoltante pensar que tudo pode ser "jogado no lixo".

Do Terra  e das Agências Internacionais