segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E as águas correm: Será que vão substituir o candidato da Esperança Renovada de Novo ?

Do Correio Braziliense: 10h59 de domingo,faltando duas semanas antes do segundo turno das eleições. Toca o telefone de Alberto Fraga (DEM), o ex-braço direito de José Roberto Arruda que tentou voo solo no primeiro turno, não obteve o apoio do partido, enquadrou-se, disputou e teve uma derrota ressoante para o Senado na chapa de Roriz. “Oi, Fraga, é o Rogério (Rosso), tudo bom?”, cumprimentou o governador, aquele que está no cargo desde abril, eleito indiretamente, que também tentou se candidatar ao governo, levou um chega pra lá do PMDB e juntou-se a Roriz. “Tudo bem, o que você manda?”, perguntou Fraga. “É só uma sondagem, por enquanto. Mas o que você me diria de substituir dona Weslian na campanha?”, disse Rosso.

E o que era “apenas uma conversa banal” vazou e mobilizou as duas campanhas em torno do que, ao longo do dia, evoluiu de cara para a especulação. Seria possível, nesta altura do campeonato, a substituição de candidatos? Sem ter certeza sobre o convite e a viabilidade legal da troca, Fraga se colocou a postos: “Sou um soldado da coligação, faço de um tudo para evitar que a corja do PT ganhe essa eleição.Topo ser o candidato desde que o convite seja formal”.

Até o fechamento desta edição, nada de oficializações. O que não quer dizer que a hipótese não possa se tornar um fato. A provavél substituição de Joaquim Roriz por dona Weslian foi mantida em segredo até a última hora. Ela foi o plano B da coligação, que ontem deu sinais de que pode avançar no alfabeto e recorrer a mais uma opção.

Em situação de desvantagem para o petista Agnelo Queiroz, que hoje ganharia as eleições com uma margem de 20 pontos, segundo o que estão indicando, integrantes do grupo de Roriz pensam em uma alternativa rápida. O telefonema de Rosso para Fraga ocorreu no fim da manhã. No início da tarde, a informação já circulava entre integrantes do PMDB partido que está entre os dois lados,o apoio oficial (o de Tadeu Filippelli) está na coligação de Agnelo enquanto o outro que é informal (de Rosso) na campanha de Weslian Roriz.

Ao saber que a conversa havia vazado, Rosso fez novo contato com Fraga: “Você comentou com alguém a história da troca?”. Aí, Inês já era morta. A hipótese de tirar Weslian e colocar Fraga já era assunto no Twitter. “Como assim, substituir?”, espantou-se o consultor-geral do Senado Bruno Dantas. “E pode?”, perguntava RalphWaldo Rangel de Goiânia. Dilma Almeida arriscou palpite: “Isso é método conhecido como tentativa e erro, só não conhecia ainda sua aplicação na política.” ”Não é só em caso de morte?”, questionou Rubens Silveira.

Tantas perguntas alimentaram o debate jurídico que prosperou na rede social, enquanto os coordenadores do grupo de Roriz ainda tentavam entender a tal conversa sobre troca dos candidatos. O internauta Celso Ferreira citou o artigo 77, parágrafo 4 da Constituição Federal, que regula as hipóteses de substituição: “Confira o que diz o dispositivo: ‘Se antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se a acute;, dentre os remanescentes, o de maior votação’”. Bruno Dantas prosseguiu, lembrando a Consulta nº 14.340/1994 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, segundo alertou, abre precedentes para a eventual mudança.

Eis que entra no debate o próprio governador Rogério Rosso, autor do telefonema que esquentou a tarde de campanha na capital. Em 140 toques, Rosso disse: “Estão fazendo tempestade em copo d’água. Fraga e eu somos amigos e conversamos sempre”.

Faltou espaço para mais justificativas e Rosso prosseguiu em outro post: “Disse a ele que dona Weslian é muito querida e correta e que não merece o que alguns estão fazendo contra ela: chacota, piadas”. Mais uma twittada: “E que cabe somente à coordenação da campanha qualquer encaminhamento sobre qualquer questão”.

À essa altura, Fraga já estava estudando os argumentos de um hipotético debate: “Agnelo não tem consistência. Eu acabaria com ele no primeiro debate”. E o coordenador de comunicação da campanha de Weslian, Paulo Fona, às voltas para negar o impossível: “Que loucura é essa, quem ligou para quem? Isso não existe. Não há nenhuma possibilidade de substituição de dona Weslian”. Foi apoiado pelo vice de Weslian, Jofran Frejat (PR), que considerou a história “mais uma sabotagem da campanha”.

No ínicio da noite, Roriz acabava de chegar a Ceilândia, onde participaria de compromisso de campanha com a mulher. Ele revela: “Recebi um telefonema. Amanhã (hoje), o Gim Argello vai ser cassado, o Agnelo vai ter de assumir o Senado e a Érika Kokay vai ser a candidata do PT”.

E, se a previsão de Roriz der certo,um internauta identificado como Públio Madruga deixa a dúvida no ar: “Então vamos ter um segundo turno com Érika e Fraga?”

Há possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral julge nos próximos dias o processo do PCdoB contra Joaquim Roriz das eleições de 2006, quando o ex-governador se elegeu senador pelo Distrito Federal, concorrendo com Agnelo Queiroz (PT), o grupo de campanha do petista diz que Agnelo não irá de forma alguma assumir a vaga no Senado, caso o PCdoB ganhe a ação. A intenção é deixar o candidato ao GDF focado na campanha de segundo turno e, depois disso, no governo de transição em caso de vitória petista nas urnas.
Neste caso, assumiria os últimos quatro anos de mandato o suplente de Agnelo naquela eleição, Messias de Souza.

Até porque, caso decidisse ser senador, Agnelo cairia no mesmo impedimento existente para Weslian Roriz - por lei, não pode haver substituição de cabeça-chapa no segundo turno sem motivos fortes como morte ou afins. Então, em tese, nem sairia Weslian para entrar Alberto Fraga nem sairia Agnelo para entrar outro nome petista, como da deputada Erika Kokay.


Até porque, caso decidisse ser senador, Agnelo cairia no mesmo impedimento judicial existente para Weslian Roriz - que por lei, não pode haver substituição de cabeça-chapa no segundo turno sem motivos fortes como morte ou afins. Então, em tese, Weslian não sai para entrar Alberto Fraga nem sairia Agnelo para entrar outro nome petista, como da deputada Erika Kokay.

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