Nos anos 80,numa época em que filme da Xuxa, além de tradição no final do ano, era sinônimo de milhões de espectadores e bilheteria. No auge de sua carreira, a apresentadora infantil emplacou dois filmes seguidos com mais de quatro milhões de espectadores, respectivamente, A Princesa Xuxa e Os Trapalhões (1989) e, o maior sucesso de sua carreira,e o clássico Lua de Cristal (1990), que levou impressionantes 4.980 milhões espectadores às salas de cinema, numa época em que a indústria cinematográfica brasileira estava em crise.
Depois de quase uma década sem produzir, Xuxa voltou a lançar quase um filme por ano a partir de 1999 e manteve a média de público de 2, 2 milhões. Mas parece que o mundo encantado da “Rainha dos Baixinhos” caiu. Desde 2004, o publico dispencou pela metade e seu último filme em 2007, Xuxa em Sonho de Menina, fez míseros 309.174 de espectadores.
Isso quer dizer que eu acredito que filme só é bom se tem bilheteria gigantesca e leva milhões ao cinema? Não. Mas ninguém pode acusar a Xuxa de ter feito alguma obra-prima, portanto, se ela não consegue mais levar nem seu público ao cinema... Vamos ao que interessa.
Amargado o fracasso e há um ano sem lançar nada, Maria da Graça Meneghel volta aos cinemas com Xuxa em O Mistério de Feiurinha, adaptação livre do livro de Pedro Bandeira.
Depois de seus finais felizes de contos de fadas, Cinderela (Xuxa), Branca de Neve (Daniele Valente), Bela (Lavínia Vlasak), Bela Adormecida (Simone Soares), Rapunzel (Angélica) vivem numa terra encantada, casadas com seus príncipes, todos filhos da Rainha Mãe (Hebe Camargo). A única solteirona é Chapeuzinho Vermelho (Samantha Schmutz) que vive frustrada numa terra onde não há mais pretendentes.
A narrativa começa cheia de piadinhas fazendo referências às histórias de cada princesa até que alguma coisa abala a tranquilidade daquele reino e suas banalidades cotidianas. Uma princesa desapareceu, Feiurinha (Sasha Meneghel), mas ninguém sabe o que fazer ou se lembra de sua história. Eis a chave do mistério.
Alguém deve ir para o mundo real encontrar um escritor para que se conheçam quem é Feiurinha e, assim, resgatar a princesa de seu trágico destino. E então, quando a ação do filme deveria engatar, empaca. Tizuka Yamazaki,que está no seu pior filme reforça em imagens uma sucessão de clichês, diálogos óbvios e repetições de bordões como “princesas unidas jamais serão vencidas”.
Ninguém respira,todo mundo dispara ,e de preferência em close e tom histérico.
Como se isso já não fosse um recurso pobre, as princesas já não estão mais na flor da idade(Como a própria Xuxa). As cenas de ação pífias e a única justificativa para o escritor viver num navio deve ter sido uma exigência de algum patrocinador.
Voltando ao Xuxa em O Mistério de Feiurinha, não posso deixar de comentar uma cena que me indignou: a passagem de Cinderela por um portal para o mundo real é uma cópia-cola de Encantada. As atuações são medíocres, não há muito o que dizer: Xuxa é a de sempre; a estreante Sasha tenta, mas por sorte seu papel é pequeno e não faz muita diferença e ela fica apagada; mas Luciano Szafir dá vergonha (a Globo,fazendo o bem mandou ele pra Record). A única exceção fica por conta de Zezé Motta, que é uma atriz de tanto talento que mesmo no pequeno papel de assistente do escritor,consegue eclipsar ,em cena,todos no filme.
Os fãs da “Rainha dos Baixinhos” sempre reclamam que nos reles mortais que assistimos aos filmes dela na televisão e, por isso, não veem a menor graça. Mas desta vez, o argumento não é válido. Não tive coragem de ver a porcaria do filme,pois já sabemos que a maioria dos "atores" do filme são melhores outras coisas do que atores.Numa das críticas que eu li a platéia estava bastante animada antes do longa começar, mas broxou durante o filme, nem se manifestou. E uma coisa resume ao filme:Não faz a diferença nenhuma quando o filme é realmente ruim.
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