Beijing, Londres e Sóchi,certamente são as Olímpiadas mais caras da história e podem fazer acreditar que os
Jogos Olímpicos são fatalmente caros e prejudiciais para as
cidades-sede, apesar da medida de redução de gastos adotada pelo Comitê
Olímpico Internacional (COI) em 2003.
A inflação fica patente desde os modestos Jogos de Sydney 2000, que
custaram "apenas" dez bilhões. Mas o custo desmedido dos Jogos,
geralmente atribuído às exigências do COI, frequentemente é o resultado
de gastos excessivos das cidades sedes.
Entrevistado em 2008 sobre a conta olímpica de Pequim, o
presidente do COI, Jacques Rogge, explicou a situação. "Em Pequim, o
principal aeroporto era suficiente e não pedimos mais nada. O mesmo para
a quinta avenida circular. Mas os Jogos são um meio para concretizar em
dois ou três anos investimentos que normalmente são feitos em 20 anos".
O orçamento olímpico está composto de três parcelas, controlado
pelo OCOG. A primeira parte é operacional e cobre
a estadia dos atletas, o funcionamento dos estádios, os transportes, a
alimentação, as construções temporárias.
O valor muda de acordo com o custo de vida do país-sede, mas sempre fica por volta de R$ 5 bilhões e, desde 1984, dá lucro graças à venda de
ingressos e os direitos de marketing e televisão.
A segunda parte reagrupa todas as infraestruturas (esportivas,
estádios, vila olímpica, centros de imprensa), temporárias ou
definitivas, necessárias para os 16 dias das Olímpiadas e os 12 dos Jogos Paralímpicos.
Seu impacto sobre as finanças públicas depende, às vezes, do
estado do equipamento urbano da cidade sede e da participação dos
investidores privados. Atlanta 1996 e Los Angeles 1984, por exemplo,praticamente não construíam nenhum local de competição, em contraposição com Sydney 2000 e Atenas 2004.
A terceira e última parcela orçamentária, assumida pelo Estado ou
cidade-sede, é a mais complicada de administrar para o COI, que em 2003
adotou 117 medidas para que a tendência de gigantismo fosse anuladas
Entre as medidas estão o limite de 10.500 atletas por cada edição e 28 modalidades por edição.Sendo que para alguma entrar,outra deverá sair
Dick Pound, autor de algumas das reformas, afirmou que os melhores
livros de ficção que ele leu são os "bidbooks" de cada cidade. "Sim, o COI tenta controlar os custos. Mas se uma cidade
quer aproveitar os Jogos para remodelar todo seu metrô, construir metade
de seus bairros, não podemos fazer nada", afirma Gilbert Felli, diretor
executivo do COI, que menciona o projeto do Rio de Janeiro de reformar a
zona portuária para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de
2016.
Uma evolução do projeto que não constava do projeto de
candidatura. "Vai ser extremamente caro, mas o COI não pode interferir", disse.
O COI também caiu em contradição quando elegeu do balneário russo de Sóchi para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.. "O que podemos fazer é
reduzir a capacidade dos estádios, aconselhar que construam locais
temporários e não permanentes", completou Felli, antes de recordar o
caso de Atenas. "Os aeroportos, as estradas, o metrô são êxitos. O que causou problema foi o restante, construíram de maneira definitiva, ao contrário da forma temporária", completa.
Além das obras para os Jogos, também deve ser somado o custo cada
vez maior da segurança, sobretudo depois dos atentados de 11 de
setembro de 2001 nos Estados Unidos, que passará de R$ 2 bilhões em
Londres. Nestas condições, a maior parte das cidades do planeta prefere não postular O último exemplo foi Roma, que desistiu da postulação
para os Jogos de 2020 por causa da recessão europeia.
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