quarta-feira, 2 de setembro de 2009

COI elogia o foco social do Rio para 2016, mas hospedagem e transporte preocupam

Comissão aponta em relatório pontos positivos e desafios da Candidata Brasileira

O Rio de Janeiro deu mais um importante passo nesta quarta-feira em busca do direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Em relatório divulgado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a comissão que esteve na cidade brasileira em abril demonstrou ter gostado das propostas apresentadas. Um dos fatores mais ressaltados no documento foi a intenção do Rio de usar o evento como ferramenta de transformação e inclusão social. Por outro lado, ficou evidente a preocupação com as acomodações. Com base nos relatórios das quatro cidades (Rio, Madri, Tóquio e Chicago) será escolhida no dia 2 de outubro deste ano a cidade que sediará a competição.

Logo na introdução do relatório feito pela comissão avaliadora que visitou as quatro cidades, foi destacado que "A Canditura do Rio 2016 faz parte do programa do governo brasileiro de investir no esporte como catalisador para a integração social". Isso seria possível através dos seguintes programas: inclusão social atráves do esporte; esporte de elite; expansão da infraestrutura esportiva e sediar grandes eventos esportivos. A logo "Viva essa paixão" e o grande apoio popular, o maior entre as candidatas com 85%, também foram ressaltados.

- Estamos muito felizes, porque o relatório confirmou a aprovação do COI ao nosso projeto e nossa visão para os Jogos, e que o Rio é considerado pronto para receber os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos pela primeira vez na América do Sul. A visita da comissão de avaliação ao Rio foi um grande sucesso e isso foi destacado na descrição da nossa documentação e apresentações, definidas como de ‘qualidade muito alta’ - disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016.

A preocupação com o controle e diminuição da violência também foi relatada. Segundo a comissão, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) tem conseguido diminuir a criminalidade através de programas de segurança focados na inclusão social e na recuperação de jovens com a ajuda do esporte.

As garantias financeiras apresentadas pelos três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal) foram ressaltadas. O Brasil pretende investir US$ 2,82 bilhões, cerca de R$ 5,3 bilhões. O orçamento brasileiro, entretanto, fica atrás do de Chicago (US$ 3,8 bilhões) e Tóquio (US$ 2,86 bilhões).

Cada uma das quatro áreas sugeridas para receber os Jogos Rio 2016, que seria do dia 5 a 21 de agosto e as Paraolímpiadas entre 7 e 18 de Setembro foi elogiadissima no relatório. A Barra da Tijuca foi citada como um local de expansão da cidade e onde ficará o "coração" da competição. Copacabana foi apontada como "uma grande atração turística". Na área do Maracanã, o plano de revitalização do porto foi um dos aspectos ressaltados. Já em Deodoro, por ser uma área sem infra-estrutura, receber os Jogos de 2016 resultaria em uma transformação social.

A parte relativa a hospedagem, porém, parecenão ter convencido muito bem a comissão. Eles mostraram preocupação em depender da utilização dos navios. "A dificuldade de obter garantias para os navios de cruzeiro com sete anos de antecendência dos Jogos coloca uma pressão adicional sobre o Rio 2016 para atender às demandas dos jogos". Outro ponto que preocupa o COI é o transporte. O tempo dispensado no deslocamento entre algumas regiões também não foi considerado satisfatório. Realizar as Olimpíadas apenas dois anos após a Copa de 2014 também foi considerado um desafio.

As garantias financeiras apresentadas pelos três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal) foram ressaltadas. O Brasil pretende investir US$ 2,82 bilhões, cerca de R$ 5,3 bilhões. O orçamento brasileiro, entretanto, fica atrás do de Chicago (US$ 3,8 bilhões) e Tóquio (US$ 2,86 bilhões).



Mesmo com o maior orçamento,Chicago recebeu duras críticas do COI

Se os Jogos Olímpicos de 2016 forem em Chicago, eles serão realizados entre 22 de julho e 7 de agosto e os Jogos Paraolímpicos de 12 a 28 de Agosto. A visão americana chama-se “Deixe a Amizade Brilhar“. Logo no início, dizem que Chicago “aspira unir o mundo inteiro em uma experiência espetacular, deixando um legado de sustentabilidade urbana, esportiva, social e ambiental para a comunidade”.

O orçamento prevê um investimento de US$ 3,8 bilhões (R$ 7,15 bilhões) destes 1,8 bilhão viriam de patrocinadores além de que há comprometimento do governo americano em relação a segurança.O plano da cidade é compacto e dos 21 locais planejados,15 estão prontos e sendo utilizados,mas faltam 6 sendo que estas são as principais como o Estádio Olímpico e o Centro de Esportes Aquáticos.

Porém,a cidade recebeu duras críticas em relação a um teto de 750 milhões de doláres para cobrir gastos a mais durante a organização dos Jogos,questionando também as garantias pedidas pelo COI .Uma das coisas que desgostou o COI foi o uso muito grande de arenas temporárias e um melhor esclarecimento sobre a divisão das funções da cidade com a organização do evento

Tóquio: tecnologia x pouca aprovação

Tóquio planeja organizar os Jogos de 2016 entre 29 de julho e 14 de agosto.Os Jogos Paraolímpicos seriam de 31 de Agosto a 11 de Setembro.A visão da cidade é “Unindo nossos Mundos”, combinando vitalidade e sustentabilidade, herança e inovação, de acordo com o plano de dez anos (2007 a 2016) de planejamento urbano da cidade.Tem garantias financeiras e o transporte de atletas é excelente.Os Jogos em Tóquio têm como critério para a localização das estruturas esportivas o menor tempo possível para viajar de um local para outro, tanto pelos atletas como pelos espectadores e a imprensa. A candidatura da cidade japonesa em 2016 pretende mostrar o legado positivo dos Jogos de 1964, usando estruturas que foram construídas naquela época.

No entanto, é a cidade que apresenta o menor apoio popular, apenas 55,5%. Além disso, tem 23,3% de rejeição. Também tem muitos problemas de hospedagem,pois assegura acomodações só para o período dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos,mas nem para o período pré e pós jogos.O dossiê de Tóquio coloca a existência de locais que nem foram construídos e é claro o trânsito da cidade foi considerado o pior das quatro cidades candidatas.

Madri foca na cultura, mas se atrapalha no controle antidoping

Madri recebeu as piores críticas no relatório do COI Até então citada como uma das mais fortes candatas,Madri tem o mais alto apoio popular das candidatas 84,9% e uma rejeição de apenas 2,8%.As arenas e a Vila Olímpica estão numa área compacta com 23 dos 29 locais já prontos e em uso.A cidade foi muito elogiada em relação ao legado dos Jogos: Os locais construídos e a Vila Olímpica se tornarão locais públicos após os Jogos.A visão da candidatura é centrada em uma regeneração física e social, com o slogan “Jogos com um toque humano” e a logo de uma mão aberta, representando o caráter aberto da cidade e do seu povo. O plano tem cinco áreas-chave: esporte, sociedade, economia, cultura e meio-ambiente. A cidade ressalta que, se sediar as Olimpíadas, o mundo terá a possibilidade de conhecer a cultura hispânica e mediterrânea.A datas escolhidas por Madri são de 5 a 21 de Agosto para os Jogos Olímpicos e de 9 a 20 de Setembro para os Paraolímpicos.

Madri,porém não conseguiu no demonstrar no seu projeto o papel e a responsablidade de sediar um evento do porte dos Jogos Olímpicos.O COI cita também uma confusa organização administrativa completamente confusa,além das dúvidas da construção do novo Estádio Olímpico.O ponto mais crítico foi realmente a legislação espanhola em relação as regras antidoping da Espanha,que não batem com as leis internacionais do assunto.Além dos documentos e as apresentações da cidade que estariam com qualidade completamente abaixo das concorrentes.

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