segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Mudanças nos Jogos Olímpicos,a partir de 2018 são aprovadas



 
Gastos absurdos da Rússia em relação aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de 2014 foram os principais motivos das mudanças nos Jogos Olímpicos

O Comitê Olímpico Internacional (COI) iniciou na manhã desta segunda-feira (horário de Brasília) o maior processo de mudança no perfil das Olimpíadas. As 13 recomendações apresentadas pelo presidente Thomas Bach na sessão matinal da 127ª assembleia da entidade foram aprovadas pelo conselho votante e abriram as portas para a organização de Jogos mais baratos para as sedes, mais atraentes para o público, atletas e ligas profissionais, e com um programa mais flexível de eventos.As mudanças não estão sendo aplicadas aos Jogos Olímpicos de Verão de 2016,no Rio de Janeiro,que serão as últimas no atual formal.

Dentre os principais tópicos já avaliados estão a mudança do processo de postulação de candidaturas, assim como a abertura da possibilidade para que duas cidades de dois países diferentes sejam candidatas e já existe uma proposta de Hamburgo e Copenhague para isso. Outro ponto importante foi a derrubada do limite rígido de 28 esportes nas Olimpíadas de Verão. A proposta do COI é que o programa seja baseado no número de 310 provas, e não no número de esportes. A sugestão inclui ainda um limite máximo de 10,5 mil atletas e cinco mil profissionais de comissão técnica. Nos Jogos de inverno o limite seria de 2,9 mil atletas e dois mil técnicos.
Hamburgo na Alemanha,é a candidata alemã para os Jogos Olímpicos de Verão de 2024,se discute-se agora se algumas provas irão para a vizinha Copenhague,na Dinamarca.


A partir de agora, uma mesma Olimpíada pode acontecer em cidades e países diferentes. Atualmente, dependendo das características do país-sede, alguns eventos já acontecem em outras regiões distantes da cidade que abriga a competição - em  Beijing-2008,as provas do hipismo foram em Hong Kong,enquanto as provas da vela foram em Qingdao,em Londres-2012 foi a vez do famoso porto de Southampton sediar as provas da vela.

De acordo com o diretor do grupo de trabalho que propôs algumas das alterações, o australiano John Coates, o interesse do COI é tornar os Jogos Olímpicos mais atrativos e sustentáveis para as cidades.

A partir de agora, serão apenas quatro as apresentações públicas exigidas pelo COI. O uso de instalações provisórias será incentivado. Projetos adaptados à realidade social, econômica e esportiva dos países serão bem vistos pela entidade.

Segundo Coates, o processo da própria candidatura será mudado, transformado em um convite ao debate em cooperação com COI, e não "na aquisição de uma franquia". Será acrescentado um primeiro período de consultas aos interessados para avaliar como os Jogos Olímpicos podem se encaixar melhor nas futuras sedes.

"Os Jogos podem ter êxito com diferentes modelos", disse Coates, citando a alteração sobre a possibilidade de cessão de modalidades para cidades do mesmo país ou até mesmo de outros países.

Para tomar uma decisão como essa, o COI afirma se baseará nos custos envolvidos e na sustentabilidade.
Além disso, o contrato do COI com a cidade-sede deve ser público, incluindo as contribuições financeiras feitas pela entidade e as cláusulas relativas ao meio ambiente e as condições trabalhistas.

O órgão também passa a pagar pelas despesas das visitas da Comissão de Avaliação às candidatas.

Os países interessados em sediar os Jogos Olímpicos poderão ter assessores externos, mas o COI exigirá que eles se registrem e assinem o código de ética de entidade.

"Se querem ser parte olímpica, que se declarem dispostas a acatar nossos valores e princípios", afirmou Coates a respeito dos polêmicos lobbys.

Apesar de a mudança ter sido votada por unanimidade, o suíço Denis Oswald foi um dos poucos a se mostrar preocupado. Segundo ele, repartir provas olímpicas com outros países.

"Os atletas estão dispersos e o esporte afetado se parecerá mais com um campeonato mundial, sem ter uma autêntica vivência olímpica, embora os atletas também sejam convidados para estar na cerimônia de abertura", afirmou.

Além disso, acrescentou, que só cidades bem equipadas poderão se candidatar para ser sedes dos Jogos Olímpicos no futuro se a questão orçamentária for priorizada.

"Os países emergentes poderiam ter dificuldades", afirmou Oswald.


Já o holandês Camiel Eurlings disse, por outro lado, que a cruzamento de fronteiras nos Jogos Olímpicos permitirá que países menores tenham chances de organizá-los.
O COI divulgou a lista dessas 40 recomendações no dia 18 de novembro. A sessão desta segunda-feira foi retomada às 11h30 (de Brasília), mas a expectativa é que a votação seja concluída apenas na terça-feira. Todas as medidas aprovadas entrarão em vigor já para o processo de seleção das cidades-sede de 2024.
As propostas estão sendo apresentadas e votadas uma a uma. Se a mudança exigir uma modificação da Carta Olímpica, esta receberá uma emenda de forma imediata sempre que dois terços dos presentes na Assembleia aprove a medida. Dos 104 membros do COI, oito não compareceram ao evento.

Eleito presidente do COI em setembro de 2013, Thomas Bach é o principal porta-voz da necessidade de mudanças no perfil das Olimpíadas. Nos discursos do alemão é frequente a ênfase na importância da adaptação do modelo organizacional dos Jogos às novas necessidades políticas e econômicas da sociedade. Durante a sessão desta segunda, ele agradeceu o empenho dos membros votantes e demonstrou bom humor ao conduzir a votação.


O Presidente do Comitê Olímpico Internacional,o alemão Thomas Bach que é o porta-voz das mudanças nos Jogos,que entendeu que o atual  modelo dos Jogos não é sustentável.


- Considerem minha mão sempre levantada para todos os tópicos.

Um das grandes mudanças até o momento foi a aprovação do item que prevê que o processo de candidatura passe a ser configurado como um convite. Assim, o COI proporá a cidades que considerar potencialmente aptas a receber o evento que montem um projeto de candidatura – em vez de aguardar que um Comitê Olímpico Nacional se pronuncie. 
 
A entidade também aprovou o item em que se compromete a fortalecer suas relações com as ligas profissionais para que as Olimpíadas contem sempre com os melhores atletas de cada modalidade.Nas últimas edições de verão e inverno, a NBA e a NHL liberaram seus principais nomes para as disputas de basquete e hóquei no gelo, mas a resistência de outras ligas, como a de beisebol, dificulta a reintegração da modalidade ao programa olímpico.

Confira as recomendações do COI que foram aprovadas até o momento:
1) Configurar o processo de candidatura como um convite
2) Avaliar as cidades candidatas considerando principais oportunidades e riscos
3) Reduzir os custos de candidatura
4) Incluir sustentabilidade em todos os aspectos dos Jogos Olímpicos
5) Incluir sustentabilidade nas operações diárias do Movimento Olímpico
6) cooperar estreitamente com outros organizadores de eventos esportivos
7) Fortalecer relações com organizações para gerir o esporte para pessoas com diferentes habilidades
8) Forjar relações com ligas profissionais
9) Definir um quadro para o programa Olímpico
10) Mover de um esporte-base para um programa de evento-base
11) Promover a igualdade de gênero
12) Reduzir o custo e reforçar a flexibilidade da gestão dos Jogos Olímpicos
13) Maximizar as sinergias com as partes interessadas do Movimento Olímpico

Recomendações do COI que ainda serão votadas
14) Fortalecer o 6º Princípio Fundamental do Olimpismo
15) Mudar a filosofia para proteger os atletas limpos do Olimpismo
16) Alavancar o fundo IOC US$ 20 milhões para proteger os atletas limpos
17) Honrar os atletas limpos
18) Reforçar o apoio aos atletas
19) Lançar um Canal Olímpico
20) Entrar em parcerias estratégicas
21) Reforçar a capacidade de defesa do COI
22) Propagar educação baseada nos valor Olímpico
23) Envolver-se com as comunidades
24) Avaliar o Esporte para o programa Esperança Olímpica
25) Rever o posicionamento Jogos Olímpicos da Juventude
26) Misturar esporte e cultura
27) Cumprir com os princípios básicos da boa governança
28) Suporte de autonomia
29) Ampliar a transparência
30) Reforçar a independência da Comissão de Ética do COI
31) Assegurar o cumprimento
32) Fortalecer a ética
33) Envolver patrocinadores em "Ação de Olimpismo"
34) Desenvolver um programa de licenciamento global
35) Envolver os patrocinadores principais com NOCs
36) Estender acesso à marca olímpica para uso não - comercial
37) Limitação da idade de membros do COI
38) Implementar um processo de recrutamento alvo
39) Fomentar o diálogo com a sociedade e dentro do Movimento Olímpico
40) Rever âmbito e composição das comissões do COI


Compilado de várias agências internacionais e com adição de informações do próprio autor

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